Forum Angolano de Reflexão e de Acção.
23 Avril 2013
Por Augusto Nunes
Este é um dos factos que sobressaem do famoso manual
sobre dissertação histórica do egiptólogo congolês, da margem direita, Theophile Obenga, cuja versão em português será publicada nas próximas semanas, com tradução de Patrício Batsikama e
prefácio de Simão Souindoula. Segundo Johnny Kapela, da International Networking Bantulink, o compêndio faz menção à acelerada e extraordinária expansão do ensino superior em Angola nos últimos
anos e coloca o crucial problema da qualidade dos ensinamentos dispensados aos estudantes, a eficácia dos métodos aplicadas e a boa assimilação da instrução.
Isso é particularmente provado no domínio da história, matéria na qual o estudante deve, gradualmente, analisar e propor as suas próprias investigações dos factos do passado.
Pedagogo com uma vocação abertamente sacerdotal, para a massificação e produção científica de excelente nível da Historia Geral de África (HGA), Theophile Obenga propôs, no início dos anos 80, na dinâmica da redação da HGA da UNESCO, um manual de dissertação histórica para estudantes do primeiro ano das universidades africanas.
Este tornou-se rapidamente, no espaço francófono do continente, um instrumento incontornável para os principiantes memorialistas.
Hoje é um clássico cuja configuração surgiu do famoso ensaio do parceiro de Cheikh Anta Diop “Para uma Nova Historia”. Firme defensor dos exercícios práticos, Theophile Obenga sabia que esta via era indicada para uma formação segura dos historiadores africanos.
O egiptólogo, unanimemente reconhecido pela sua brilhante escrita, insistiu com este guia metodológico para os novatos restituidores do Níger para a necessidade de se efectuar reposições com talento.
De facto, a irrefragável utilidade deste suporte orientador, no atual contexto do ensino da história em Angola, justificou a publicação da sua versão portuguesa, num país que desperta uma grande atenção ao conhecimento do seu passado e a perpetuação das insubstituíveis lições pretéritas, alicerces que constituíam garantias ao fortalecimento de Angola e da Afrikiya.
Uma sinergia que também faz parte da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) engajada na promoção de uma HGA mais acessível.
Com esta edição na língua de Camões, os cantos de Clio levam Theophile Obenga a reencontrar os anais da terra de Nzinga, um país que ele ajudou, decisivamente, no seu nascimento e, hoje, apoia na formação e aperfeiçoamento dos homens que entoaram a honrosa otiyhipululo de Mandume ya Ndemufayo.
Theophile Obenga, que por sinal é uma das almas da redacção da Historia Geral de África da UNESCO, é do Congo Brazaville.
Destacou-se pela sua larga e impressionante erudição, indo da arqueologia pré-histórica e proto-histórica, da paleontologia a egiptologia, passando pela linguística comparativa, a filosofia e as ciências de educação.