Forum Angolano de Reflexão e de Acção.
3 Mars 2017
O FUTURO DO KIKONGO DE ANGOLA
Por Mpanzu Abílio
Sou grato à minha mãe porque ela é quem ensinou-me “par défaut” como escrever Kikongo vava tuakele kuna Ngipito (eu tinha 12-14 anos). Sempre que ela queria escrever para seu irmão que já estava de regresso kuna Kwilu-Futa, antes da independência de Angola, fui eu quem escrevia para ela. O desafio era ler o que eu tinha escrito, antes que a carta fosse selada no envelope.
Kikongo é uma língua muito rica, e cabe a nós bakongo de protegê-la (proteger a sua pureza e promovê-la). Gostaríamos que os nossos filhos e filhas falassem a nossa língua, embora seja um grande desafio para todos nós.
MUITO IMPORTANTE:
“Há muitas variedades de Kikongo – prefiro línguas regionais, dialecto sendo depreciativo e prova de arrogância duma língua em relação às outras… Muitos falam português ou outras línguas e que desejam aprender o Kikongo em forma oral ou escrita, mas os meios de aprendizagem ou de consulta são escassos ou já não correspondem a realidade actual (novas técnicas precisam de novos termos ou expressoes)”. A precedente referência é da autoria do Dr. Cobe que faz boas observações na introdução ao Dicionário Português-Kikongo e apresenta-nos o alfabeto Kikongo.
Em um de seus e-mails durante nossa correspondência, o professor John Thornton (historiador) da universidade de Boston (EUA) disse que, fala Kikongo graças ao curso de língua Kikongo do Rev. João Makondekwa, gravado em cassetes de áudio em 1987 em Londres.
YAMBULA YA MANGUKA…(na minha humilde opinião, [não sou linguista] as críticas positivas de especialistas são bem-vindas). Eu diria o seguinte:
1. Todos nós sabemos que já não estamos na era de transmissão oral.
2. Devemos valorizar os documentos de referência que temos sobre o Kikongo.
3. Quando alguém diz que em Kikongo diz se “assim”etc… é preciso especificar bem a região,
porque pode não ser correcto noutra região[ENQUANTO NÃO HAVER UM KIKONGO STANDARD UNIVERSAL].