Forum Angolano de Reflexão e de Acção.
6 Octobre 2014
A sida surgiu em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, na década de 1920, antes de se espalhar pelo mundo em plena mutação do VIH, concluíram investigadores que reconstituíram o caminho do vírus responsável pela morte de 36 milhões de pessoas.
Os virologistas já sabiam que o VIH foi transmitido por macacos ao homem, mas agora as análises de pesquisadores das universidades de Oxford e de Lovaina (Bélgica) sugerem que, entre os anos 20 e 50 do século passado, uma série de factores, como a urbanização rápida, a construção de vias ferroviárias na República Democrática do Congo, então Congo belga, e mudanças no negócio do sexo, favoreceram a propagação da sida a partir de Kinshasa.
Arquivos coloniais
“A nossa investigação sugere que houve um pequeno momento na época do Congo belga que permitiu a esta cepa do VIH, em particular, emergir e propagar-se”, disse o professor Oliver Pybus, do departamento de Zoologia de Oxford e um dos principais autores do estudo.
Informações dos arquivos coloniais indicam que, no final dos anos 40, mais de um milhão de pessoas passaram anualmente por Kinshasa, através da via ferroviária”, destaca Nuno Faria, da Universidade de Oxford, também responsável pela pesquisa. “Os dados genéticos dizem-nos também que o VIH se propagou muito rapidamente através do Congo, de uma superfície equivalente à Europa Ocidental, deslocando-se com as pessoas pelas vias ferroviárias e hídricas”, acrescentou o investigador.
Assim, o vírus da sida chegou a Mbuji-Mayi e Lubumbashi, no extremo sul do país, e a Kisangani, no norte, entre o final dos anos 30 e início dos anos 50. Estas migrações permitiram vírus estabelecer os primeiros focos secundários de infecção em regiões que dispunham de uma boa rede de comunicação com países do sul e do leste de África.
“Acreditamos que se deram mudanças na sociedade a partir da independência do Congo, em 1960, e, provavelmente, o vírus pôde escapar em pequenos grupos de pessoas seropositivas para infectar populações mais amplas, antes de se propagar pelo mundo”, no final dos anos 70, revela Nuno Faria. O vírus da sida foi identificado pela primeira vez em 1981. Além do desenvolvimento dos transportes, algumas mudanças sociais, em especial as que envolviam os profissionais do sexo, que tinham um grande número de clientes, e um maior acesso a seringas, partilhadas por consumidores de drogas, fizeram expandir a epidemia. A sida contunua a ser uma das doenças mais terríveis no mundo.
Via JA
A sida surgiu em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, na década de 1920, antes de se espalhar pelo mundo em plena mutação do VIH, concluíram investigadores que reconstituíram o caminho do vírus responsável pela morte de 36 milhões de pessoas.
Os virologistas já sabiam que o VIH foi transmitido por macacos ao homem, mas agora as análises de pesquisadores das universidades de Oxford e de Lovaina (Bélgica) sugerem que, entre os anos 20 e 50 do século passado, uma série de factores, como a urbanização rápida, a construção de vias ferroviárias na República Democrática do Congo, então Congo belga, e mudanças no negócio do sexo, favoreceram a propagação da sida a partir de Kinshasa.
Arquivos coloniais
“A nossa investigação sugere que houve um pequeno momento na época do Congo belga que permitiu a esta cepa do VIH, em particular, emergir e propagar-se”, disse o professor Oliver Pybus, do departamento de Zoologia de Oxford e um dos principais autores do estudo.
Informações dos arquivos coloniais indicam que, no final dos anos 40, mais de um milhão de pessoas passaram anualmente por Kinshasa, através da via ferroviária”, destaca Nuno Faria, da Universidade de Oxford, também responsável pela pesquisa. “Os dados genéticos dizem-nos também que o VIH se propagou muito rapidamente através do Congo, de uma superfície equivalente à Europa Ocidental, deslocando-se com as pessoas pelas vias ferroviárias e hídricas”, acrescentou o investigador.
Assim, o vírus da sida chegou a Mbuji-Mayi e Lubumbashi, no extremo sul do país, e a Kisangani, no norte, entre o final dos anos 30 e início dos anos 50. Estas migrações permitiram vírus estabelecer os primeiros focos secundários de infecção em regiões que dispunham de uma boa rede de comunicação com países do sul e do leste de África.
“Acreditamos que se deram mudanças na sociedade a partir da independência do Congo, em 1960, e, provavelmente, o vírus pôde escapar em pequenos grupos de pessoas seropositivas para infectar populações mais amplas, antes de se propagar pelo mundo”, no final dos anos 70, revela Nuno Faria. O vírus da sida foi identificado pela primeira vez em 1981. Além do desenvolvimento dos transportes, algumas mudanças sociais, em especial as que envolviam os profissionais do sexo, que tinham um grande número de clientes, e um maior acesso a seringas, partilhadas por consumidores de drogas, fizeram expandir a epidemia. A sida contunua a ser uma das doenças mais terríveis no mundo.