Forum Angolano de Reflexão e de Acção.
1 Août 2014
A gestão do BES admite perder a posição de controlo que actualmente detém no BESA, em virtude da "necessidade", sublinhada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), de um aumento de capital da instituição angolana, que o banco português poderá não acompanhar.
"O Banco Nacional de Angola informou o BES Angola da necessidade de este proceder a um reforço substancial dos seus capitais, tendo solicitado que o BES Angola inquirisse os seus acionistas sobre as possibilidades e condições em que tal reforço de capitais poderia por eles ser realizado", refere o comunicado, onde o BES revela os maiores prejuízos da história da banca portuguesa, superiores a 3,5 mil milhões de euros (mais de 455 mil milhões Kz).
A gestão do banco agora liderado por Vítor Bento admite, no comunicado, que pode não acompanhar a operação de aumento de capital do BESA, onde tem uma posição de controlo (55,71%).
"Caso o BES decida não acompanhar este aumento, no todo ou em parte, poderá deixar de ter uma participação de controlo e/ou esta ser diluída para uma participação em que deixa de fazer consolidação integral do BES Angola", indica o documento.
"O BES está em contacto com as autoridades regulatórias angolanas e portuguesas, no sentido de ser encontrada uma solução conveniente aos interesses das autoridades angolanas e que salvaguarde os interesses do BES e dos seus acionistas", explica a instituição, acrescentando que "a garantia soberana prestada pelo Estado Angolano mantém-se válida".
Segundo o documento, a exposição, em crédito, do BES ao BESA ascendia, a 30 de Junho, a cerca de 3,3 mil milhões de euros (cerca de 430 mil milhões Kz) , para além de créditos documentários e decorrentes da participação financeira na ordem dos 500 milhões de euros (cerca de 65 mil milhões Kz).
O BESA teve prejuízos superiores a 355,7 milhões de euros (cerca de 46,3 mil milhões Kz) nos primeiro seis meses do ano, devido à anulação de juros considerados incobráveis (247,2 milhões de euros) e à constituição de provisões, incluindo para contingências fiscais, revela o documento publicado no SITE do regulador da bolsa portuguesa (CMVM).
DR/Expansão