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Angola deve apostar na transformação do café

 

 

Luanda - A agrónoma Josefa Correia Sacko defendeu hoje, em Luanda, a necessidade de Angola criar projectos industriais que permitam a transformação local do café produzido, visando criar valor acrescentado para a economia do país.

 

 

Josefa Sacko, que falava em entrevista à Angop, acerca do “estado actual da produção do café no país”, é de opinião que o país não deve estar muito ligado à exportação de matérias-primas, mas deve preocupar-se em transformar os produtos de base, para criar “mais-valia” na cadeia produtiva, porque é daí onde se obtêm os lucros.

 

Segundo sublinhou, ao transformar a matéria-prima em produto acabado, neste caso o café, Angola teria a possibilidade de criar milhares de postos de trabalho para os jovens que tanto necessitam e poder beneficiar também do mercado da região da SADC.

 

Referiu que a agricultura, através do café, constitui uma fonte de diversificação da economia, até porque Angola não pode continuar a depender do petróleo.

 

 “Nós temos o grande mercado da África do Sul e apesar de não podermos contar com o da RDC devido à instabilidade, torna-se importante reforçar o mercado Sul Sul. Se Angola transformar o café pode muito bem vender no mercado regional, não esquecendo o nosso mercado tradicional que é a União Europeia, Estados Unidos e o Japão”, observou.

 

Ao referir-se aos programas de incentivo à produção, disse existir no país a agricultura familiar, uma iniciativa que requer o papel do Estado, pois este deve acompanhar os cafeicultores, tratar da questão da terra e criar politicas bancárias de incentivo.

 

“Apesar do país enveredar para uma economia de mercado, o Estado deve reenquadrar os camponeses, dar meios e inputs para relançar a produção do café”, aconselhou, acrescentando que o café é uma cultura rentável e hoje o quilograma do Robusta está a ser comercializado a três dólares ao mesmo tempo que o consumo alto da China é um bom indicador para o mercado.

 

Referiu que o mercado mundial do café está com grandes progressos, uma vez que os níveis de preços estão “bastante bons” em relação a quatro anos atrás quando havia crise financeira.

 

“A produção está alta com cerca de 147 milhões de sacos, enquanto o consumo está a volta de 145 milhões de sacos”, disse.

 

Por está razão, disse que Angola deve se posicionar a nível internacional não como grande produtor de café, mas como “médio”, porque o país tem café de qualidade e é muito solicitado no mercado mundial.

 

Tendo em conta esta vantagem comparativa em relação aos países da  região da Comunidade  dos  Países  de  Desenvolvimento  (SADC), disse, Angola tem a  vantagem de produzir café de  qualidade, faltando apenas fazer um bom marketing  para  introduzir o seu   café no mercado  internacional.

 

  “O café  existe,  mas não  temos  quantidades. Acredito que, com o esforço do Executivo em apoiar o sector agrário, nós vamos  conseguir atingir metas  aceitáveis,  conforme  o planificado no  Plano Nacional  de Desenvolvimento, que prevê,  até  2020, atingir as 25 mil toneladas”, concluiu.

 

Via Angop

 

 

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