5 Juin 2013
Por David Filipe
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) lamentou esta semana que a União Africana se tenha esquecido de homenagear Holden Roberto, no 50.º aniversário da organização, uma vez que o falecido líder histórico do movimento também esteve na constituição da Organização de Unidade Africana (OUA), a 25 de Maio de 1963.
“O dia de ÁFrica que acabámos de comemorar teve também na sua constituição Angola, através de dois patriotas: Álvaro Holden Roberto e Emanuel Kunzika, que estiveram presentes em nome de Angola, ainda sob domínio colonial”, lembrou o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, durante uma reunião da direcção do seu partido, realizada em Luanda.
Malogrado Holden Roberto esteve presente na constituição da OUA
Segundo Lucas Ngonda, Holden Roberto participou na conferência magna de 25 de Maio de 1963, onde estiveram presentes 36 países que assinaram em Adis Abeba, na Etiópia, a constituição da União Africana, a primeira organização pan-africana.“A contribuição da FNLA na construção da história moderna de África é irrefutável”, referiu Lucas Ngonda, salientando que “Angola, como membro observador, foi representado por Holden Roberto”.
Recorde-se que o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto e a nacionalista Deolinda Rodrigues integraram a lista dos homenageados pela Cimeira Especial da União Africana (UA), que
decorreu de 19 a 27 de Maio na capital etíope, Addis Abeba, no âmbito do 50º aniversário da organização, celebrado no passado dia 25.
O embaixador Arcanjo do Nascimento, representante diplomático de Angola junto da OUA, numa abordagem sobre “as perspectivas de participação de Angola na Cimeira especial dos 50 anos da OUA/ UA”,
realçou o sentido da mesma, indicando que tem um significado importante “não só para o continente, mas também para o país”.
“O nosso país foi um dos que teve iguras eminentes que contribuíram para a afirmação do pan-africanismo. E estas figuras vão ser homenageadas por ocasião desse jubileu”, afirmou o diplomata,
referindo que a Cimeira marcou as grandes conquistas que a OUA/UA alcançou ao longo de toda a sua existência.
Entre as conquistas, o diplomata Arcanjo do Nascimento sublinhou, sobretudo, as do domínio da libertação do continente, a emancipação dos povos africanos e o lançamento das bases para
que África pudesse controlar o seu próprio destino, particularmente, através da regulação do seu direito à autodeterminação.
“Angola esteve presente, embora não tenha sido um dos fundadores da OUA, mas é um país que deu um grande contributo à luta que a organização conduziu até à libertação total do continente
africano”, realçou o representante de Angola junto da OUA.
A 25 de Maio de 1963, 30 países assinaram em Adis Abeba, na Etiópia, a constituição da Organização de Unidade Africana (OUA), a primeira organização pan-africana que aprovava, nas
primeiras resoluções, o apoio à luta dos movimentos de libertação contra o colonialismo português e acções contra o “apartheid” na África do Sul.
Via Novo Jornal