Gestão do acervo requer renovação

Manzambi Vuvu Fernando
Fotografia: João Gomes
A preservação e o melhoramento da gestão do acervo histórico angolano, passa pela renovação, reabilitação e construção de novos museus nacionais e regionais, dotados de sistemas informatizados defendeu, ontem, em Luanda, o antropólogo e director Nacional de Museus, Manzambi Vuvu Fernando.
O antropólogo, em declarações ao Jornal de Angola em alusão ao Dia Internacional dos Muses, que hoje se comemora sob o lema “Os museus num mundo em mudanças, novos desafios e novas inspirações”,
disse que está a ser criada uma rede de gestão informatizada nacional, permitindo uma melhor organização e controlo dos acervos nos museus em Angola.
Para saudar o dia de hoje, cada instituição museológica em Angola realiza várias actividades, como palestras e visitas aos sítios históricos, para criar momentos de debate e reflexão sobre
a data. “O objectivo passa também por dar a conhecer às pessoas os avanços tecnológicos que o país já alcançou ao longo dos dez anos de paz em Angola”. Os museus, sublinhou, estão a ser dotados
de tecnologias avançadas, que permitem aos estudantes e pesquisadores investigar mesmo sem a presença de um guia. Manzambi Fernando informou que existe um Programa Nacional de Renovação dos
Museus, que começou em 2005, com a reabilitação do Museu do Dundo.
Dois anos depois, disse o antropólogo, foi apresentado o projecto de renovação para a estrutura do funcionamento, disposição e gestão dos depósitos do mesmo museu. Manzambi Fernando referiu
que no Museu de História Natural e Antropologia está a ser feito o mesmo trabalho. “Os nossos museus estão a ser modernizados e dotados de sistemas tecnológicos e informatizados, mas sempre,
preservando as suas características originais”, afirmou.
Tendo em conta o programa do Executivo na valorização das actividades museológicas, através do Ministério da Cultura, foi decidida, em 2009, a criação da Direcção Nacional dos Museus, com o
objectivo de dotar as estruturas museológicas de serviços tecnológicos modernos. Manzambi Fernando pediu um maior investimento na formação de quadros especializados para instituições de carácter
científico e cultural, como os museus nacionais, de maneira a prestarem um melhor serviço ao público.
Manzambi Fernando explicou que alguns museus estão instalados em locais impróprios.
A falta de equipamentos de museografia, protecção das peças e a falta de documentação museológica, dificultam a criação de um sistema de gestão eficiente.
Como instituições de carácter científica e cultural, explicou Manzambi Fernando, os museus devem cumprir o Programa Nacional de Renovação dos Museus, que visa corrigir, reabilitar e modernizar as suas estruturas arquitectónicas.
A falta de quadros especializados é uma preocupação que está a ser encarada com programas de acção específicos. A criação de um departamento de investigação científica também faz parte do
programa do Ministério da Cultura: “é com este programa de acção que podemos fazer uma avaliação exacta da evolução das nossas instituições museológicas”.
O Executivo já tomou a decisão de construir novos Museus Nacionais e Regionais.
Actualmente em Angola existem 12 museus entre nacionais e regionais, nas províncias de Luanda, Huila, Huambo, Lunda-Norte, Benguela, Bengo e Cabinda.
Jornal de Angola