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CIRGL- Líderes fazem ultimato à FDLR e falam em acções militares

 

Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) deram um ultimato às Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR) para se renderem até Dezembro, sob condição de programarem acções militares já em Outubro.

 
 
 

Segundo o comunicado final da reunião, realizada quinta-feira em Luanda sob a presidência do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, ao ultimato para a rendição (anunciada pela FDLR em Maio passado) junta-se a avaliação desse processo já em Outubro, com indicadores precisos de progressos e, caso se constate a falta dos mesmos, vai avançar-se para a programação de acções militares contra a FDLR, as quais têm actuado no leste da República Democrática do Congo (RDC).

 

As FDLR são constituídas por rebeldes hutus ruandeses que se refugiaram na RDCongo depois do genocídio contra os tutsis no Ruanda em 1994. De acordo com dados de 2013, juntavam entre 1.500 a 2.000 homens e cmbateram para derrubar o regime de Kigali (Ruanda).

 

A mini-cimeira decidiu igualmente organizar uma Cimeira conjunta de Chefes de Estado e de Governos da CIRGL-SADC, em Outubro de 2014, para proceder a essa avaliação, definir prioridades e harmonizar estratégias.

 

Nesta reunião de Luanda, o Governo do Ruanda exprimiu reservas sobre a aceitação do processo de rendição voluntária das FDLR como condição para engajar operações militares para a erradicação destas forças negativas.

 

Tendo em atenção o alto custo financeiro envolvido, a mini-cimeira decidiu que até Outubro de 2014 o Governo da RDC apresente um roteiro para o processo de repatriamento dos membros do ex-M23 do Uganda e Ruanda, no quadro das Declarações de Nairobi (Quénia), por constituírem encargos para os dois países.

 

O encontro exortou o Governo da RDC e a comunidade internacional a acelerar a implementação das decisões dos Chefes de Estado e de Governo sobre a erradicação das forças negativas, considerando que as suas actividades são altamente sustentadas pelo comércio ilícito dos recursos naturais.

 

Orientou o Centro Conjunto de Fusão de Inteligência (CCFI) a identificar os líderes das forças negativas e seus associados para serem sancionados/colocados na lista negra e eventualmente detidos. Este Centro deve apresentar um relatório sobre o progresso desta missão na próxima reunião do Comité dos Chefes de Serviços de Inteligência e de Segurança.

 

A reunião de Luanda contou com as presenças do Presidente da RDC, Joseph Kabila, do Uganda, Yoweri Museveni, e da África do Sul, Jacob Zuma, este na qualidade de convidado, o ministro dos Transportes, Aviação Civil e Marinha da República do Congo, Rudolphe Adada, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Ruanda, Luise Mushikiwabo, e o ministro da Defesa e Segurança Nacional da Tanzânia, Hussein Ali Mwinyi.

 

Via N.J

 

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