Forum Angolano de Reflexão e de Acção.
30 Juillet 2014
Simulação de socorro de Cidadão afetado pelo vírus Ébola. Foto: angop
Enquanto isso, representantes da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) vão reunir-se de emergência, em dia e local ainda não determinados, para avaliar como evitar a propagação da pior epidemia de Ébola da História.
Horas antes, a companhia aérea panafricana ASKY anunciou a interrupção das suas ligações entre as capitais da Libéria e da Serra Leoa, depois da morte, na Nigéria, de um passageiro liberiano infectado com o vírus.
"A suspensão dos voos com destino a Freetown e Monróvia, por parte da ASKY, ocorre no âmbito da luta contra a propagação do vírus Ébola", disse à AFP Afoussath Traoré, porta-voz da companhia com sede em Lomé, no Togo.
A decisão da companhia forçou a OACI - que é uma agência da ONU - a entrar em acção, explicou à AFP o presidente da organização de aviação civil, Raymond Benjamin.
"Isso nos faz agir muito rapidamente", disse Benjamin, destacando que a OACI "fará consultas com a OMS para saber quais tipos de recomendações devem emitir" para travar a expansão da doença.
Desde Março, mais de mil e 200 pessoas foram infectadas na África Ocidental e mais de 800 morreram. O vírus concentra-se na Guiné-Conakry, Libéria e Serra Leoa.
Na Serra Leoa, morreu nesta terça-feira um médico de um centro de tratamento contra o Ébola em Kenema (no leste do país, uma das regiões mais afectadas), informou à AFP o chefe serra-leonês dos serviços de saúde.
O doutor Omar Khan, que morreu às 14h00 GMT, tinha sido hospitalizado uma semana antes num centro da organização Médicos Sem Fronteiras. Foi logo qualificado pela ministra da Saúde da Serra Leoa, Miatta Kargbo, de um "herói nacional", porque "passava 12 horas por dia salvando vidas, fazendo um sacrifício formidável".
O médico americano Kent Brantly, de 33 anos, foi infectado enquanto trabalhava em Monróvia, capital da Libéria, que é assolada pela mais grave epidemia de Ébola da História.
"(Brantly) não está bem. Ainda está na primeira fase da infecção do Ébola, mas tem complicações diárias", relatou por telefone à AFP o doutor David Mcray, falando de Fort Worth, no estado do Texas.
"Ele pediu que não se fale detalhadamente sobre os seus sintomas, mas está muito fraco e doente", acrescentou o médico, que fala diariamente com Brantly e acompanha a sua situação.
Brantly e outra americana que trabalhava no mesmo hospital estão entre as mais de mil e 200 pessoas infectadas na África Ocidental desde Março. Mais de 800 pessoas morreram desde então.
Nesta terça, um médico canadiano que trabalhava com Brantly, colocou-se em quarentena voluntária preventivamente, após passar semanas tratando pacientes no oeste de África, reportou a imprensa em Ottawa nesta terça-feira.
Azaria Marthyman, natural de Victoria, na Colúmbia Britânica, trabalhou na Libéria com a organização de caridade cristã Samaritan's Purse
. Ele não apresenta sintomas, nem teve a doença diagnosticada desde que regressou ao Canada no sábado, mas trabalhava com o médico americano, que acabou infectado.
"Azaria está sem sintomas, e não há possibilidades de que voce esteja a transmitir Ébola se não estiver com os sintomas", declarou a porta-voz da Samaritan's Purse, Melissa Strickland, à emissora CTV.
Na segunda-feira, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDCs) dos Estados Unidos advertiram que o vírus fatal, que tem uma taxa média de mortalidade de cerca de 60% e não tem cura, pode se propagar como rastilho de pólvora e pediu aos viajantes na África Ocidental que tomem precauções.
"Nossa preocupação é que a epidemia se espalhe no exterior, como um incêndio florestal que pode se propagar a partir de uma única árvore, só com as faíscas", disse Stephan Monroe, do CDC.
O vírus Ébola é transmitido por contacto direito com o sangue, fluidos biológicos, tecidos de pessoas, ou de animais infectados. A febre manifesta-se com hemorragias, vómitos e diarreia.
Via Angop